terça-feira, 16 de março de 2010

Avaliando o Sistema.


Algumas vezes tem uns dias que você realmente não se reconhece e tudo parece ser a gota d’água, e parece que estamos malhando o Judas, só que o Judas em questão pode ser qualquer assunto que vier a tona. Conversando com um primo meu enquanto dirigia, surgiu a conversa sobre a quantidade de sinais que as ruas de Recife possuem, e os problemas que eles causam com as muitas paradas que temos que fazer.

Concordamos que isso era um problema que era derivado da má expansão urbana que a nossa cidade havia tido, nada poderia ser feito, pelo menos foi essa a conclusão que tive nessa parte da conversa. Mas aí as coisas começaram a divergir principalmente quando falei sobre a questão do nosso povo, pois acho que somos totalmente responsáveis por aquilo que fazemos. Aí entra a questão política e social, afinal não dá só para por a culpa nos políticos brasileiros, que, diga-se de passagem, são uma verdadeira porcaria, trabalhando na maioria das vezes em benefício próprio.

Claro que ainda existem aqueles que ainda podemos dizer que são bons para a população, mas o que eu acho é que nosso povo é conivente demais com tudo que está acontecendo. Conivente no sentido de não ir para as ruas, ou para as câmaras de vereadores, deputados e senadores, cobrar deles o que nos foi prometido durante as campanhas eleitorais. Sei que existem aqueles que vão e cobram de seus candidatos, mas não deveria ser dessa forma, de um jeito que não parece haver luz no fim do túnel.

Voltando para uma questão menos abrangente e que tem haver com a conversa com meu primo, como podemos falar em planejamento urbano se as construções seculares e tombadas pelo patrimônio estão abandonadas, caído aos pedaços ou simplesmente são demolidas sem nenhuma consulta prévia por parte da população. Vai ver é coisa de novos investimentos imobiliários, onde sempre a grana corre solta e é bem mais fácil para o governo se livrar de um peso morto do que revivê-lo, para que as novas gerações saibam como era a vida antes.

Grande porcaria, acho que isso não vai dar em nada e como somos já maceteados vamos empurrando tudo com a barriga, afinal porque esquentar a cabeça com os problemas que são dos outros, não é essa a filosofia predominante? Pois é, façamos e não façamos nada. Vamos gritar, mas sem prejudicar quem está ao lado. Dancemos conforme a música, pois quem não dança conforme o ritmo está fora da jogada. Aqui no mundo real, lutar contra isso tudo corresponde a ficar taxado como o Don Quixote que queria derrotar a tudo e a todos por um sonho que só existia na cabeça dele.

Escrever ou se Auto-escrever, eis a Questão!!!


Escrever, essa é uma atividade mais que milenar e que leva milhares de pessoas a se aventurar nos mais diversos caminhos da literatura, seja ela estrangeira, seja ela nacional. A verdade é que essa paixão não dá chance para aquele ou aquela que ama se exprimir através das palavras. Apesar de não ser um pré-requisito um bom conhecimento da gramática portuguesa, que por sinal, e na minha opinião, é demais complicada, escrever é acima de tudo um ato de expressão, de liberdade do que se encontra em nossas mentes, trancafiadas apenas por conceitos morais e éticos. Vivemos num mundo onde a maior parte do que pensamos e queremos tem que ser previamente aprovado por aqueles que estão ao nosso redor, que vivem conosco e que de certa forma influenciam nas nossas decisões do dia-a-dia. Muitos foram aqueles que desafiaram essas regras e que conseguiram viver o sonho da livre expressão, de poder opinar e continuar fazendo o que mais lhes dão prazer.

Mas se olharmos direito perceberemos que não é apenas no ato de escrever, ou se expressar, que se encontram os problemas mais comuns hoje em dia. As relações interpessoais são um dos grandes problemas que ainda enfrentamos nos dias atuais, e que foram no passado motivo de grandes dilemas dentro das maiores sociedades que já existiram pelo mundo. Ainda somos aquilo que os outros esperam que sejamos, e isso é fácil de se perceber quando um pai ou uma mãe tenta escolher a profissão de um filho, sem ao menos levar em consideração os seus gostos pessoais. Além disso, podemos citar o exemplo de quem passa a guiar a sua vida em função dos outros. Não é difícil hoje em dia encontrar as famosas comparações, entre colegas de turma, entre irmãos, entre amigos, cuja a única finalidade é a de se igualar, ou mesmo de superar aquilo que o outro conseguiu. Ficar em um nível inferior, ou não ter um determinado bem significa um certo tipo de fracasso, do qual muitos não conseguem superar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

"Cego em Tiroteio"


Quando eu fiquei solteiro, a primeira imagem que veio na minha cabeça foi a do "Lobo Solitário" saindo e aproveitando a vida. Parecemos até cavalos quando se abrem as porteiras do cercado: Sai logo correndo para todo lado. Mas, como poeira em dia de faxina, a realidade foi caindo, caindo e vi que não ia ser bem assim.
Destreinados e sem a maliça dos que estão soltos, não passamos de lobos acanhados e principalmente de cavalos desconfiados. Não nos tocamos que ainda estamos com todos os vícios de antes da solteirisse, e ainda por cima, pegamos de frente um mar de mulheres que nos fazem sempre demosntrar receio ou insegurança na hora H.
Ah, e se o caso for de seus amigos estarem todos casados ou namorando, o solitário torna-se literalmente sozinho. Mas não sem antes passar pelas velhas e boas cobranças do tipo:
"E aí já pegou quantas?"
"E como anda a Produtividade?"
Mas esses mesmos amigos que perguntam essas pérolas, são aqueles que não param de falar nas suas respectivas, mal e bem, numa espécie de ritual, pois é a cada saída as mesmas palavras. Sem falar das mesmas dúvidas de antes e os novos dilemas da vida a dois. É, se ser casado ou estar namorando não é fácil, ser solteiro nos dias de hoje é que nem cego em tiroteio.

CAMINHOS


Até onde vão nossas barreiras geográficas?
Para quem mora nas grandes, médias e pequenas cidades, essa noção pode muito bem ser limitada por construções ou barreiras geográficas, que nos fornecem uma falsa impressão de que o que vemos ao nosso redor é tudo que temos a conhecer. E assim segue a velha rotina do dia-a-dia, nos locomovendo de casa para o trabalho e do trabalho para casa, como um trem que anda apenas em cima dos trilhos. Pergunto-me onde e quando passamos a agir feito trens, numa vai e volta eterno de um mesmo caminho.
A cada dia vejo mais pessoas reclamando da rotina, e da mesmice que se tornou as nossas vidas, e mais uma vez pergunto-me quando isso passou a ser uma realidade que atingem quase todos que conheço.
Não sei se existem respostas para essas perguntas, apenas não me conformo com elas e assim tento achar uma saída para esse estado de inércia que atinge a minha alma. Algumas pessoas preferem até continuarem nesse mesmo caminho, por conveniência, necessidade ou até por imprevistos que a vida nos prega.
Não sou diferente de ninguém que conheço, e a cada dia continuo a percorrer os mesmos caminhos e a fazer as mesmas ações de antes, e mesmo vivendo nesse caminho de trem particular, começo cada vez mais balançar o meu corpo e mente para o que chamo de descarrilamento libertador da alma.
Sair dessa antiga linha de vida pode significar o surgimento de novas oportunidades e perspectivas, não apenas no âmbito pessoal, como também no profissional e familiar.
É, precisamos ampliar nossos espaços geográficos pessoais e descobrir novas realidades que até agora só conhecemos pelas imagens de televisão.
Que cada um possa olhar essas questões de forma a quebrar esses paradigmas que aprisionam a alma e cegam nosso campo de visão. Que os horizontes estejam abertos a todos, e que nossas ambições caminhem em todas as direções, e não apenas no que está demarcado pelos trilhos.