terça-feira, 24 de abril de 2018

Voltando às Atividades



Já faz algum tempo que não escrevo aqui, e não irei falar, pelo menos não agora, sobre os motivos que me fizeram entrar nessa espécie de hibernação do Blog. Posso apenas dizer que em algum momento de 2011, algo deixou de fazer sentido para mim, e foi necessário essa pausa de quase sete anos para que eu voltasse a sentir vontade em escrever novamente aqui. Na verdade não parei de escrever por completo, e me restringi a conceber textos apenas nos meus cadernos de anotações, algo que faço desde 1993. E será com um desses relatos que irei retomar as minhas atividades no Blog, e sair desse estado de hibernação. O texto que apresento a seguir foi escrito em 18 de fevereiro desse ano, e talvez seja uma forma de resumir como me sinto agora e porque parei de escrever.

Estava lendo uma matéria da revista Vida Simples que falava sobre o abandono, mas não simplesmente o abandono de pessoas, mas as situações de abandono que criamos em nossas vidas. Quantas vezes não abandonamos uma ideia, um projeto ou um sonho por medo, insegurança ou por pura ansiedade de que aquilo venha a se tornar uma realidade? Não sei precisar a resposta, mas essa pergunta me fez repensar algumas situações da minha vida, como projetos e sonhos que foram sendo abandonados ao longo dos anos. Sei que em muitos desses casos os projetos e sonhos já nascem com erros de pensamentos ou simplesmente pela pura empolgação de um momento em particular, mas aí me pergunto se seria capaz de fazer uma lista com todos os sonhos e projetos que abandonei pelo caminho.

Além disso, tenho que me perguntar qual será o resultado dessa reflexão, e se vale a pena remexer o passado em busca dessas respostas e parar de viver o presente. Uma outra questão que me ocorreu agora é a de que o momento presente, e me refiro ao contexto social e pessoal que vivo agora, é bem diferente do que vivia durante as concepções desses projetos e sonhos abandonados no passado. Existe uma palavra cujo significado possa explicar essa questão, e essa palavra é anacronismo. O significado de anacronismo diz que consiste em um erro cronológico de atribuir a uma época ou personagem, ideias e sentimentos que são de outra época, ou atitude ou fato que não está de acordo com a sua época. O fato é que, todas as vezes que penso nesses projetos e sonhos que deixei de lado ao longo da vida, me pergunto se seria capaz de reavaliar cada um deles com a cabeça que tenho agora, cujos valores e necessidades já não são mais os mesmos de antes.

Reescrever o texto aqui no Blog me fez chegar à conclusão de que a única coisa que não deixei de fazer completamente foi produzir pensamentos que viraram textos, e que isso me traz uma satisfação que não sei explicar.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O Princípio da Incerteza.



Certa vez vi uma frase que dizia mais ou menos assim: Confiança não se ganha, se conquista. Cada um que ler essa mesma frase pode vir a entender e interpretar de forma diferente o significado, ou até mesmo discordar. Mas um fato sobre a confiança é que ela influencia em tudo ao seu redor, definindo como pensamos, o que somos e o que fazemos.

Eu poderia descrever a confiança, como essencial nas relações humanas, qualquer uma que possa existir, e a falta dela como sendo uma verdadeira corrosão da alma. Sem ela ficamos a mercê da dúvida e dos fantasmas que teimam em fazer com que os nossos julgamentos se tornem sempre uma incerteza. O amor acaba, a amizade vira desconfiança e a raiva se torna mais comum.

É como uma infecção generalizada que transforma e degenera toda as crenças que antes eram tão certas. Em muitos casos perdemos completamente a vontade de tentar reconstruir o que foi perdido, e de conceder o perdão e retornar a vida como era antes. "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia". Nem tudo que se quebra pode ser concertado.

Alguém pode ler tudo isso e achar como sendo uma visão negativa e derrotista, como se tudo na vida sempre fosse uma incerteza. No bem da verdade, não é essa a minha intenção, e posso garantir que seria capaz de dar um voto de confiança, mesmo com todas as células de meu corpo entrando em estado de alerta. Mas me pergunto se somos nós ou os outros que mudam com a desconfiança?

segunda-feira, 25 de abril de 2011

É Apenas um Fim ou um Novo Começo?


É verdadeiramente incrível como podemos nos enganar acerca de quem de fato é uma pessoa. Ao conhecermos uma pessoa, seja por motivos afetivos, ou mesmo por amizade, logo identificamos pontos em comum, que naquele instante alimentam mais e mais nossa curiosidade e aquela sensação de simpatia por encontrar tantos pontos em comum.

Todo começo é bom e nos traz infinitas promessas de um caminho tranquilo, cheio de planos e sem aquelas dificuldades que poem em cheque o tal relacionamento. Não são as dificuldades do caminho que destroem essa amizade ou relação, mas sim a forma como cada parte faz para superar tais momentos, sejam juntos ou individualmente.

Partindo da premissa de que todos nós possuímos falhas e cometemos enganos, nada mais adequado do que saber perdoar o outro e principalmente a nós mesmos. Estamos aqui por algum motivo, e se o fato de encontrar essa pessoa fazia parte de um plano maior, que ao menos esse aprendizado tenha servido como crescimento humano.

Não é burrice dizer que mais se aprende com os erros do que com os acertos, desde que tais erros não voltem a se repetir. De nada adianta sentir revolta por uma situação que não prosperou como esperávamos. Pode parecer estranho, mas cada relação que se acaba foi bem sucedida durante um certo período de tempo.

O fim apenas representa o fato de que mais nada se poderia aprender estando junto com aquela pessoa. Infelizmente nem sempre uma ou as duas partes envolvidas conseguem enxergar dessa maneira o fim. Aqueles que persistem em continuar, digo apenas que nada aprenderam com os erros e acertos vividos.

A simplicidade da aceitação sobre o fim e o entendimento de todo o contexto de uma separação, ou estapa de nossas vidas, nos mostra apenas que uma nova está por começar logo. Não somos seres imutáveis, mas sim organismos que mudam com o tempo, e dessa forma, entender que com o fim algo acaba de começar.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sorte, Azar ou Loteria?



Estava lendo um texto um dia desses que falava sobre o que nós gostaríamos que aquela pessoa amada possuísse como qualidades. Basicamente o texto falava sobre as expectativas que projetamos em nossas mentes, na esperança de que a grande maioria delas se tornasse realidade. Acredito que nem todas as pessoas sejam assim, sonhadoras, mas a verdade é que mesmo inconscientemente, todos nós já fizemos isso.

No começo vemos novidade e deslumbramento em quase tudo que fazemos em relação ao outro. É o momento no qual não estamos projetando nada em nossas mentes, nem mesmo preocupados em procurar aqueles defeitos que mais tarde serão o motivo de várias situações complicadas. É o que pode ser chamada de cegueira inicial de relacionamento, com direito a momentos de falta de audição e apagões do cérebro.

A questão pode ser entendida como uma compra de um imóvel, no qual o comprador só tem acesso ao lado de fora da casa, e nesse caso, sem ter a mínima idéia de como é o seu interior. Compramos uma casa fechada e vamos entrando aos poucos em seus cômodos e descobrindo que toda aquela beleza exterior nada tem haver com a realidade interior e o que será exigido de nós para podermos viver com aquele interior. Isso é o que pode ser chamado de uma verdadeira LOTERIA.

Todos nós possuímos aquele alarme interior que soa ao mínimo desvio da conduta ao qual estamos acostumados, e que de certa forma passamos a incrementar com projeções de nosso cérebro. Tal quais as partes podres de uma casa caem quando em mal estado conservação, as qualidades daquela pessoa antes perfeita começam a apresentar os primeiros defeitos. Esse é o primeiro sinal de que a cegueira, a surdez e os apagões do cérebro estão diminuindo.

Isso não quer dizer necessariamente um fim de caso, como se tudo estivesse fadado ao fracasso, mas costuma ser um momento interessante para se fazer questionamentos que poderão ser importantes mais na frente. Para aqueles que já passaram por situações complicadas em antigos relacionamentos, esse momento em particular passa a ser rodeado por dúvidas e questionamentos, e que em certos casos podem acabar agravando a relação.

O fato é que não existe uma alternativa para essas situações, nem mesmo fórmulas mágicas que solucionem todas as equações dos problemas encontrados. Conhecer uma pessoa e gostar dela é muito fácil e todos gostamos, faz bem para o nosso ego. O fato está em racionalizar uma situação cujo lado emocional está comprometido em simplesmente gostar. O que nos resta é esperar que o bom senso aja junto com a razão e a emoção, solucionando todas as dúvidas e questionamentos encontrados.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Perda da Identidade.



Já cheguei a escrever aqui sobre o que somos capazes de fazer pelo outro, aquela loucura que em uma situação normal nem mesmo cogitamos realizar. Mas e o outro lado dessa mesma moeda, ou seja, tudo aquilo que estamos dispostos a abrir mão pela pessoa que gostamos. Será que estamos cientes do que pode acontecer quando realizamos isso cegamente pelo outro?

Eu mesmo já passei por situações como essa, e confesso que cada pessoa que está sujeita a abrir mão de coisas importantes como amizades, hobbies, família e se brincar a própria vontade, acaba sendo guiado sem mesmo saber o que está acontecendo. É o que eu chamo de COMA SOCIAL, porque você literalmente não percebe como está perante tudo e todos, perde a própria identidade.

Sei muito bem como é uma situação como essa, e como um gato escaldado, tento evitar da mesma forma que o diabo foge da cruz. E aí entra um pouco no que estava no texto da mulher vítima, pois se você deixa de abrir mão de algo ou alguma coisa pela outra pessoa, e a situação toda vira uma NOVELA, com DRAMAS e cenas de fortes EMOÇÕES e BRIGAS MEMORÁVEIS. Uma verdadeira NOVELA MEXICANA.

Que fique claro que não são todas as pessoas que ficam nesse estado de coma social quando entra num relacionamento, e que existem aqueles casais imunes a esse tipo de situação, ou pelo menos em um grau infinitamente menor. A questão aqui é a de questionar o mal que pode acontecer quando somos obrigados a abrir mão de algo por uma pessoa, deixando de lado suas próprias vontades e perdendo a própria IDENTIDADE.

Minha opinião é a de que deve haver um equilíbrio forte quando tratamos do que temos que abrir mão em nossas vidas por um relacionamento. Vejo não só a minha história como exemplo, mas a de pessoas ao meu redor, e me pergunto se estou imune de cometer os mesmos erros, erros que me fizeram esquecer quem eu era. Nesses momentos, quando paro e reflito sobre tudo isso, o que vejo é apenas um corpo VAZIO.

domingo, 28 de novembro de 2010

A mulher-vítima.



Já faz um tempo que tentava achar um assunto interessante para colocar aqui no Blog, mas confesso que ando com pouca inspiração para escrever. E eis que ao receber a sugestão sobre uma revista, a ALFA, encontrei um tema que é muito, mas muito falado no meio masculino, que é justamente o da Mulher-vítima. Depois de pensar muito sobre o que escreveria, vi que não conseguiria me expressar tão bem como fez a Tati Bernardi, que escreveu o artigo para revista. Então sem mais palavras, segue o texto sobre as Mulheres-vítimas.

"Não seja uma vítima da mulher-vítima.

A mulher-vítima não entende que você precisa trabalhar. Ela acha que está sendo renegada, preterida, ignorada, explorada Sua gastrite resolveu atacar de novo e não deu tempo de diminuir no cabeleireiro a juba primata que você carrega acima de seu cérebro, que, hoje, só precisa de descanso, silêncio e alguma bobeira na televisão. Isso deveria ser simples para uma mulher entender. Hoje você não tá afim de dirigir até a casa dela, ouvir sobre como ela odeia tal colega de trabalho e falar coisas que ao mesmo tempo soem dóceis, inteligentes e decididas. Você quer dormir sem tomar banho, jantar salgadinho murcho e dormir torto no sofá babado.

Não significa que você tenha dúvidas a respeito do amor que sente. Não quer dizer que você esteja com uma modelo internacional ou com sua vizinha gordinha, em casa, ambos nus, comemorando essa mentira deslavada que você inventou pra poder pular a cerca. Não é porque você não sente saudades ou desistiu de ser galanteador agora que já ganhou a moça. Você, meu amigo sofredor, tem todo o direito de simplesmente não estar a fim de vez em quando e elas definitivamente não têm o direito de transformar isso em um problema.

Mas a mulher-vítima não trata um homem como um parceiro de vida. Um humano normal com vontades, preguiças, indolências e flatulências. Ela trata o homem como um sádico algoz, pronto para maltratá-la, enganá-la e acabar com sua mísera vida, que é assim desde a época em que seu papai não a elogiava como ela queria. E não importa o que você faça, nunca será o suficiente. Não importa que você equilibre qualidades com defeitos, os defeitos vão sempre sobressair. E então, já que você é esse bosta de ser que só mal lhe faz… por que ela não te larga? Porque ela tem o desejo inconsciente de ser maltratada. Ela idealiza o chicote em suas mãos. Ela precisa sofrer e te escolheu pra essa fantasia. Ela adora pensar que você não presta.

A mulher-vítima não entende que você precisa trabalhar. Ela acha que está sendo renegada, preterida, ignorada, humilhada, abusada, explorada, judiada. Ela não entende que você tem amigos, família e, se bobear, até de seu sono ela vai reclamar: como assim você dorme ao invés de me idolatrar 24 horas por dia? Por que você fez isso comigo justo no dia tal? Por que você ta me falando isso justo hoje que eu tô num dia tal? Por que você não fez tal coisa justo quando eu mais precisava de tal? Por que você fez isso sabendo que eu tenho trauma de tal coisa? Se todo dia é um péssimo dia para errar e se a sua mulher conjuga cobranças com essas estruturas de frase, você está sendo vítima da mulher-vítima.

No começo, você pode até achar que ela age assim tamanha a segurança: se ele não for perfeito, eu berro; afinal, não me faltam homens querendo saciar todas as minhas vontades. Mas não se engane, trata-se do ser mais inseguro do planeta: ele não me ama e eu não suporto isso; portanto, vou querer provas de seu amor a cada 2 segundos e, como isso é impossível, eu vou me sentir uma completa infeliz e, mais uma vez, vou me provar que nasci para sofrer e, porque sou viciada em ser vítima, essa sensação é a minha cheiradinha ou fumadinha ou picadinha ou pilulazinha diária. Seu “moreco” precisa de um médico, e não de um homem.

Repita comigo: você não tem de salvar uma mulher. Amar não significa virar pai ou médico ou benzedeiro de uma criatura. Você não tem de dizer a coisa certa na hora certa no dia certo com o sol refletindo em seus penetrantes olhos de super-homem. Você não tem de ter lido os livros e visto os filmes e baixado as músicas que ela planejou para não se sentir vítima, mais uma vez, do homem imperfeito. Você não precisa fazê-la gozar loucamente todas as vezes (mas quase todas é bom, isso é verdade). Vamos combinar que ela também não é perfeita (pra começar, ela é bem doida!) e, então, não tá com essa bola toda pra cobrar tanto assim. Vocês vão crescer juntos, com calma e paciência e respeito e equilíbrio, ou ela vai continuar esperando que você venha do céu para resgatá-la do inferno de seu cerebelo inquisidor (este sim o verdadeiro algoz).

Dê o amor que pode do jeito que der e, se ainda assim a vida dela continuar um mar de infortúnios, saiba que seu barquinho não tem nada pra fazer a não ser se arrancar antes de afundar nesse lodo de lágrimas de sangue. Talvez sem nenhum amor ela aprenda a dar valor para o amor possível."

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mais Um Selo.



Mais uma vez recebi um selo da Maria Valéria, cujo reconhecimento me deixou muito feliz. Esse selo é dado aos blogueiros que divulgam valores culturais, éticos, literários e pessoais através de seus blogs, e que demonstram sua criatividade através de suas palavras.
As regras para este selo são as seguintes:
1. Exibi-lo, postar o link do blogueiro que te passou o selo;
2. Indicar mais amigos blogueiros como escolhidos e avisar os escolhidos.

Dessa forma, e sem mais comentários eis os escolhidos:

1)Por Falar Disso.
2)Espaço UNO.
3)Mulher de Trinta Anos.
4)Sobre Isso e Aquilo Outro.