sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A Perda da Identidade.



Já cheguei a escrever aqui sobre o que somos capazes de fazer pelo outro, aquela loucura que em uma situação normal nem mesmo cogitamos realizar. Mas e o outro lado dessa mesma moeda, ou seja, tudo aquilo que estamos dispostos a abrir mão pela pessoa que gostamos. Será que estamos cientes do que pode acontecer quando realizamos isso cegamente pelo outro?

Eu mesmo já passei por situações como essa, e confesso que cada pessoa que está sujeita a abrir mão de coisas importantes como amizades, hobbies, família e se brincar a própria vontade, acaba sendo guiado sem mesmo saber o que está acontecendo. É o que eu chamo de COMA SOCIAL, porque você literalmente não percebe como está perante tudo e todos, perde a própria identidade.

Sei muito bem como é uma situação como essa, e como um gato escaldado, tento evitar da mesma forma que o diabo foge da cruz. E aí entra um pouco no que estava no texto da mulher vítima, pois se você deixa de abrir mão de algo ou alguma coisa pela outra pessoa, e a situação toda vira uma NOVELA, com DRAMAS e cenas de fortes EMOÇÕES e BRIGAS MEMORÁVEIS. Uma verdadeira NOVELA MEXICANA.

Que fique claro que não são todas as pessoas que ficam nesse estado de coma social quando entra num relacionamento, e que existem aqueles casais imunes a esse tipo de situação, ou pelo menos em um grau infinitamente menor. A questão aqui é a de questionar o mal que pode acontecer quando somos obrigados a abrir mão de algo por uma pessoa, deixando de lado suas próprias vontades e perdendo a própria IDENTIDADE.

Minha opinião é a de que deve haver um equilíbrio forte quando tratamos do que temos que abrir mão em nossas vidas por um relacionamento. Vejo não só a minha história como exemplo, mas a de pessoas ao meu redor, e me pergunto se estou imune de cometer os mesmos erros, erros que me fizeram esquecer quem eu era. Nesses momentos, quando paro e reflito sobre tudo isso, o que vejo é apenas um corpo VAZIO.

domingo, 28 de novembro de 2010

A mulher-vítima.



Já faz um tempo que tentava achar um assunto interessante para colocar aqui no Blog, mas confesso que ando com pouca inspiração para escrever. E eis que ao receber a sugestão sobre uma revista, a ALFA, encontrei um tema que é muito, mas muito falado no meio masculino, que é justamente o da Mulher-vítima. Depois de pensar muito sobre o que escreveria, vi que não conseguiria me expressar tão bem como fez a Tati Bernardi, que escreveu o artigo para revista. Então sem mais palavras, segue o texto sobre as Mulheres-vítimas.

"Não seja uma vítima da mulher-vítima.

A mulher-vítima não entende que você precisa trabalhar. Ela acha que está sendo renegada, preterida, ignorada, explorada Sua gastrite resolveu atacar de novo e não deu tempo de diminuir no cabeleireiro a juba primata que você carrega acima de seu cérebro, que, hoje, só precisa de descanso, silêncio e alguma bobeira na televisão. Isso deveria ser simples para uma mulher entender. Hoje você não tá afim de dirigir até a casa dela, ouvir sobre como ela odeia tal colega de trabalho e falar coisas que ao mesmo tempo soem dóceis, inteligentes e decididas. Você quer dormir sem tomar banho, jantar salgadinho murcho e dormir torto no sofá babado.

Não significa que você tenha dúvidas a respeito do amor que sente. Não quer dizer que você esteja com uma modelo internacional ou com sua vizinha gordinha, em casa, ambos nus, comemorando essa mentira deslavada que você inventou pra poder pular a cerca. Não é porque você não sente saudades ou desistiu de ser galanteador agora que já ganhou a moça. Você, meu amigo sofredor, tem todo o direito de simplesmente não estar a fim de vez em quando e elas definitivamente não têm o direito de transformar isso em um problema.

Mas a mulher-vítima não trata um homem como um parceiro de vida. Um humano normal com vontades, preguiças, indolências e flatulências. Ela trata o homem como um sádico algoz, pronto para maltratá-la, enganá-la e acabar com sua mísera vida, que é assim desde a época em que seu papai não a elogiava como ela queria. E não importa o que você faça, nunca será o suficiente. Não importa que você equilibre qualidades com defeitos, os defeitos vão sempre sobressair. E então, já que você é esse bosta de ser que só mal lhe faz… por que ela não te larga? Porque ela tem o desejo inconsciente de ser maltratada. Ela idealiza o chicote em suas mãos. Ela precisa sofrer e te escolheu pra essa fantasia. Ela adora pensar que você não presta.

A mulher-vítima não entende que você precisa trabalhar. Ela acha que está sendo renegada, preterida, ignorada, humilhada, abusada, explorada, judiada. Ela não entende que você tem amigos, família e, se bobear, até de seu sono ela vai reclamar: como assim você dorme ao invés de me idolatrar 24 horas por dia? Por que você fez isso comigo justo no dia tal? Por que você ta me falando isso justo hoje que eu tô num dia tal? Por que você não fez tal coisa justo quando eu mais precisava de tal? Por que você fez isso sabendo que eu tenho trauma de tal coisa? Se todo dia é um péssimo dia para errar e se a sua mulher conjuga cobranças com essas estruturas de frase, você está sendo vítima da mulher-vítima.

No começo, você pode até achar que ela age assim tamanha a segurança: se ele não for perfeito, eu berro; afinal, não me faltam homens querendo saciar todas as minhas vontades. Mas não se engane, trata-se do ser mais inseguro do planeta: ele não me ama e eu não suporto isso; portanto, vou querer provas de seu amor a cada 2 segundos e, como isso é impossível, eu vou me sentir uma completa infeliz e, mais uma vez, vou me provar que nasci para sofrer e, porque sou viciada em ser vítima, essa sensação é a minha cheiradinha ou fumadinha ou picadinha ou pilulazinha diária. Seu “moreco” precisa de um médico, e não de um homem.

Repita comigo: você não tem de salvar uma mulher. Amar não significa virar pai ou médico ou benzedeiro de uma criatura. Você não tem de dizer a coisa certa na hora certa no dia certo com o sol refletindo em seus penetrantes olhos de super-homem. Você não tem de ter lido os livros e visto os filmes e baixado as músicas que ela planejou para não se sentir vítima, mais uma vez, do homem imperfeito. Você não precisa fazê-la gozar loucamente todas as vezes (mas quase todas é bom, isso é verdade). Vamos combinar que ela também não é perfeita (pra começar, ela é bem doida!) e, então, não tá com essa bola toda pra cobrar tanto assim. Vocês vão crescer juntos, com calma e paciência e respeito e equilíbrio, ou ela vai continuar esperando que você venha do céu para resgatá-la do inferno de seu cerebelo inquisidor (este sim o verdadeiro algoz).

Dê o amor que pode do jeito que der e, se ainda assim a vida dela continuar um mar de infortúnios, saiba que seu barquinho não tem nada pra fazer a não ser se arrancar antes de afundar nesse lodo de lágrimas de sangue. Talvez sem nenhum amor ela aprenda a dar valor para o amor possível."