segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O Lado Negro da Força.



Diariamente somos seduzidos pelo o que eu chamo de lado negro de nossa mente. Quando me refiro a palavra “negro” não estou querendo dizer algo de mal ou ruim, embora os resultados possam sim ser ruins para quem que seja. Os impulsos que surgem num momento como esse, nos deixam numa espécie de vôo cego, onde os avisos de alerta de nada adiantam, afinal estamos focados num só objetivo e praticamente desligados de todo o resto.

Algumas definições para esse tal de lado negro: 1. Ato ou efeito de tentar; 2. Impulso íntimo dirigido para o pecado, originado dos instintos inferiores ou da malignidade do tentador; 3. Apetite ou desejo violento; 4. Indução para o mal, por sugestão do diabo ou sensualidade; 5. Sentimento que alguém tem quando deseja tomar uma atitude que contraria seus valores e crenças. Para quem não entendeu ainda, estou falando da “Tentação”.

É curioso como a tentação vai ficando mais viva e presente conforme vão se passando os anos, e os nossos gostos vão mudando. E a conjuntura é sempre a mais improvável e acontece nos locais em que menos esperamos. Nesses momentos, as lembranças de situações perdidas onde deveríamos ter feito “B” ao invés de “A”, sem mencionar o tal do “se”, funcionam como verdadeiros catalisadores desses sentimentos e vontades que fogem o controle.

Em alguns momentos vira um verdadeiro dilema interno entre aquilo que gostaríamos de fazer e o que de fato é o certo a ser feito. Numa situação como essa, lembro muito da Terceira lei de Newton, onde para cada ação existe uma reação oposta e de mesma intensidade. Cair em tentação é fácil, sair é que é difícil, sem mencionar que sempre existem os conselhos de terceiros, para o bem ou para o mal, e a ação sempre libertadora do álcool.

Exemplos existem aos milhares e cada pessoa deve ter seu histórico pessoal de tentações. Você está num lugar qualquer, sozinho ou não, e é só surgir aquela pessoa “X”, ou mesmo um pensamento nela, que lá vem a vontade de olhar, ou quem sabe a desejo de fazer aquela ligação telefônica tarde da noite. As situações são bem variadas e ecléticas, e poderia ficar escrevendo casos um atrás do outro. O único fator comum em cada uma dessas situações é a sensação de dúvida que nos toma conta.

Mas será que conseguimos evitar a tentação, talvez a colocando sobre outra perspectiva? Somos de fato capazes de agir de forma racional diante de um súbito desejo incontrolável? Será que esse desejo será o mesmo depois de passados 15 ou 30 minutos do impulso inicial? Particularmente acredito que podemos até ter idéia do que pode acontecer posteriormente, mas o que deve prevalecer mesmo é uma grande sensação de incerteza. Em outras palavras, a tentação já vem com 50% de incerteza.